Mulheres na saúde e nova unidade de hipertensão

Dra. Vera fontes especialista em medicina interna “ainda me surpreendem os ‘obrigado’”

“Desde que me lembro, a medicina foi sempre a minha única opção profissional e sempre quis seguir uma especialidade generalista. Na faculdade, passei pela Medicina Interna e percebi que era o que queria fazer. Apaixonei-me, e continuo apaixonada, por esta especialidade que consegue integrar todos os sintomas, que percebe o doente numa perspectiva holística.

Com doentes dos foros respiratório, infeccioso, cardiovascular e auto-imune, entre outros, obriga a uma actualização constante, o que, para mim, é uma das suas grandes vantagens. A Medicina Interna é a especialidade base de um hospital, fundamental na orientação do diagnóstico da maioria das doenças, no serviço de urgência e na orientação dos doentes urgentes/emergentes.

É fundamental nos cuidados intensivos e no serviço de internamento. E como em todas as especialidades, penso que também na Medicina Interna a sensibilidade feminina pode ajudar a criar empatia com os doentes de uma forma diferente. Para alcançar a excelência, além de observar um doente, fazer um diagnóstico e prescrever um tratamento eficaz temos de ir um pouco mais longe, dar um pouco mais de nós. E não conheço outra forma de fazer Medicina.

Actualmente, acumulo a Medicina Interna com a direcção clínica do Luanda Medical Center, onde costumo dizer que estou ‘por engano’. Nunca pensei sequer exercer um cargo de gestão, mas apaixonei-me pelo projecto do LMC. Quando, após cinco anos de trabalho, surgiu o convite para abraçar este desafio, não me senti capaz de recusar. Pensei: ‘Esta é a minha casa, estes médicos são as minhas pessoas. Vamos para a frente!’ E assim é, há três anos.

Acabei por me enamorar pela gestão, por perceber que as decisões que tomamos têm impacto na performance da clínica e que tenho a oportunidade de trazer para Angola medicina de qualidade com base em padrões internacionais. E, apesar de estar apenas a fazer o meu trabalho, muitas pessoas agradecem-me, quando se sentem melhor, quando um familiar se sente melhor… e isso ainda me surpreende.

Confesso que, depois de tantos anos, ainda me surpreendem os ‘Obrigado’”.

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