Mulheres na saúde women in the health sector - LMC

Mulheres na saúde
women in the health sector

“Sou licenciada em Cardiopneumologia pela Escola Supe- rior de Tecnologias da Saúde de Lisboa e especializeime em Ecocardiografia, sendo certificada pela Sociedade Europeia de Cardiologia. Há oito anos que trabalho no Departamento de Cardiologia do Luanda Medical Center, onde realizo predominantemente ecocar- diogramas transtorácicos em adultos, entre outros exames. Na verdade, até ter de escolher um curso, não sabia bem que profissão queria seguir. Por gostar muito de lidar com pessoas e por ter muito interesse nas aulas de ciências
pela matéria relacionada com o corpo humano, tinha alguma tendência para optar pela área da saúde. Mas confesso que desejava uma vida mais serena do que aquela que via a minha mãe, como médica, ter. Quando vi o curso de Cardiopneumologia – agora Fisiologia Clínicasoube logo que era o certo para mim.

Gostar muito do que faço desequilibra muitas vezes a balança para o lado profissional, tirando tempo precioso para a vida pessoal e familiar. Mas fazer um plano de organização semanal com avaliação das prioridades, contabilizando os meus horários e tempo para me manter actualizada e momentos para ser mãe, esposa e para tratar de mim, faz toda a diferença.

Aliás, considero que existe um paralelismo muito grande entre a maternidade e trabalhar na área da saúde. As características que fui ganhando como profissional ser- viram de base para muitas posturas que tomo como mãe: saber ouvir o doente que entra na nossa sala e que, por vezes, só precisa de um pouco de atenção; saber educar com as palavras e expressões cer- tas para chegarmos à pessoa que nos está ouvir; e dar o exemplo para poder ser ou- vida com respeito quando dou algum conselho.

Ao longo da minha carreira, tive muitos doentes que me marcaram, vivi algumas situações – sobretudo em con- texto de urgência – que tiveram grande impacto em mim e algumas vitórias profissio- nais de que me orgulho. Mas não há nada mais gratificante do que ver um doente que sai da minha sala feliz, a agradecer o momento, a conversa e odesabafo.”

 

 

“I have a degree in Cardio- pneumology from the Escola Superior de Tecnologias da Saúde in Lisbon and specialized in Echocardiography. I am certified by the European Society of Cardiology. I have been working in the Cardiology Department at Luanda Medical Center for
eight years, where I predominantly perform transthoracic echocardiograms on adults, among other tests.

In fact, until I had to choose a course, I was not sure what profession I wanted to pursue. Because I love dealing with people and because I was very interested in classes about the human body, I was inclined to choose the health sector. But I must confess that I was looking forward to a more serene life than the one I saw my mother leading as a doctor. When I saw the Cardiopneumology course – now called Clinical Physiology – I knew it was right for me.

Because I like so much what I do, the scale often tips toward the professional side, taking away precious time for personal and family life. But having a weekly plan that includes an assessment of priorities, my work schedule, and time to keep myself up to date and moments to be a mother, and wife and take care of myself, makes all the difference.

In fact, I think there is a striking parallel between motherhood and working in the health sector. The traits I have gained as a professional have served as the basis for many of the positions I take as a mother: knowing how to listen to the patient who enters our office and who sometimes just needs a little attention; knowing how to educate with the right words and expressions to reach the person who is listening to us; and set- ting an example so that I can be listened to with respect when I give advice.

Throughout my career, I have had many patients who left an impression on me. I have experienced some situations – especially in the emergen- cy room – that have had a big impact on me and some professional victories that I am proud of. But there’s nothing more rewarding than seeing a patient leave my office happy, grateful for the moment, the conversation, and the venting.”

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