Mulheres na saúde women in the health sector - LMC

Mulheres na saúde
women in the health sector

“Acho que a minha vocação para a medicina foi algo precoce. Em criança era muito frágil e sentia enorme admiração pelo meu pediatra, o Dr. Marcano, que me consultava em casa, fosse a que hora fosse. Era amoroso e, acima de tudo, dava esperança aos meus pais. Um dos grandes sonhos do meu pai era que eu fosse médica – dizia que eu tinha qualidades para sê-lo. Já adolescente, percebi que tinha, de facto, muita curiosidade sobre doenças e as minhas matérias preferidas eram as Ciências da Saúde. Descobri na Medicina Interna a especialidade mais completa, onde o doente é avaliado de forma abrangente.

Não tratamos só a doença do momento, mas uma pessoa doente. Fazemos medicina preventiva (avaliamos doentes a partir dos 18 anos), ou curativa, e prestamos cuidados paliativos, alternativas da nossa especialidade. Assim, considero importante ser empático, respeitoso e saber ouvir o doente. Nem todos os doentes com malária, por exemplo, vão evoluir da mesma forma e nem todos sentem dor da mesma forma. Por vezes, o doente tem medo, está angustiado e devemos ouvi-lo e informá-lo sobre como está a decorrer o seu processo.

Acima de tudo, chamá-lo pelo seu nome e comunicar sempre com a sua família. Acredito firmemente que uma das nossas tarefas, enquanto profissionais de saúde, é trabalhar, cada vez mais, o conceito de Inteligência Emocional – colocarmo-nos no lugar do outro.

Cheguei a Angola há quatro anos e comecei a trabalhar no serviço de internamento do Luanda Medical Center, de que hoje sou responsável e coordenadora.

No internamento recebemos os doentes que necessitam de cuidados mais exaustivos e que não podem ser tratados em regime de ambulatório. Aqui, considero fundamental o trabalho em equipa para avaliar o doente de forma multidisciplinar – nem todos necessitam apenas de tratamento cirúrgico, podem também ser hipertensos ou diabéticos.

E na medicina existem sempre alternativas para abordar cada situação. Temos de estudar e de nos mantermos actualizados e, nesse sentido, fazemos a gestão de casos clínicos com o médico coordenador da Unidade de Urgência, a Direcção Clínica e a Direcção de Enfermagem, para discussão de processos de doentes internados. Semanalmente, os médicos internistas do serviço discutem casos clínicos que tratámos.”

 

 

 

“I think my vocation for medicine came early on. As a child I was very fragile and I had enormous admiration for my pediatrician, Dr. Marcano, who would see me at home, no matter what time it was. He was loving and, above all, he gave my parents hope.

One of my father’s greatest dreams was for me to become a doctor – he said I had the qualities to be one. As a teenager, I realized that I was indeed very curious about diseases and my favorite subjects were Health Sciences.

I found Internal Medicine to be the most complete specialty, where the patient is assessed comprehensively. We don’t just treat the disease, we treat the sick person. We provide preventive medicine (we assess patients from the age of 18), or curative medicine, and palliative care.

So, I think it’s important to be empathetic, respectful and listen to the patient. Not all patients with malaria, for example, will evolve in the same way and not all feel pain in the same way. Sometimes the patient is afraid, distressed, and we have to listen to them and let them know how their process is going. Above all, call them by name and always communicate with their families. I firmly believe that one of our tasks as health professionals is to work more and more on the concept of Emotional Intelligence – putting ourselves in the other person’s shoes.

I arrived in Angola four years ago and started working in the inpatient department at the Luanda Medical Center, where I am now the head and coordinator.

In the inpatient department, we receive patients who need more exhaustive care and cannot be treated on an outpatient basis. Here, I consider teamwork to be fundamental in order to assess the patient in a multidisciplinary way – not all of them only need surgical treatment, they may also be hypertensive or diabetic. And in medicine there are always alternatives to address each situation.

We have to study and keep our knowledge up to date and. Therefore, we manage clinical cases with the coordinating doctor of the Emergency Ward, the Clinical Department and the Nursing Department, to discuss inpatient cases. On a weekly basis, the department’s internists discuss clinical cases that we have dealt with.”

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